Habitar Portugal 12-14


> 25.06.2016 // Sáb 17h00 // Apresentação e conversa com os autores // Obras Norte I

Para esta ciclo de apresentação foram convidados os arquitectos com obras selecionadas, nesta edição, na Área Norte.

Apresentações:
Casa Corvo > Carlos Antunes e Desirée Pedro – Atelier do Corvo
Museu Nacional Machado de Castro > Gonçalo Byrne – GB arquitectos
Remodelação de moradia unifamiliar > Jorge Teixeira Dias
Colégio da Graça, Centro de Estudos 25 de Abril > José Paulo dos Santos – Traço Banal

Está a arquitectura sob resgate?

 

A selecção de obras de arquitectura reunidas nesta edição Habitar Portugal faz-se perante uma pergunta: está a arquitectura sob resgate? O resultado pretende ser, mais do que uma conclusão, uma reflexão em aberto. As oitenta obras que aqui se apresentam são cada uma delas propostas para a construção da percepção de um momento significativo para a arquitectura portuguesa. O tema proposto deve ser lido como um enquadramento e os critérios para a sua reunião, previamente comunicados, são um seu suporte. O período a que esta edição corresponde, 2012-2014, é coincidente com o programa de resgate financeiro a que Portugal esteve sujeito. Quis-se, por isso, analisar e compreender o impacto que inevitavelmente este facto teve na prática dos arquitectos portugueses. A observação destas obras não torna evidente uma preocupação específica com os programas ou as actuações que, de uma forma ou de outra, incorporaram a actual situação social, política e económica como um seu motivo. Procura, antes, perceber qual o impacto desse estado que ainda não sabemos quanto de transitório terá, de que formas se manifesta e que consequências deixa. A arquitectura é uma prática social e, por isso, dependente e condicionada pelos meios através dos quais as sociedades projectam em forma, objecto e espaço, o momento por que passam. Ao mesmo tempo tem um autor ou autores, o que significa que cada arquitecto é um filtro que reorganiza ideias várias e de proveniências distintas e as materializa numa obra. A arquitectura é ainda uma prática autoral por muito que queira participar de fenómenos alargados ao espaço social onde se move. As obras que aqui se apresentam são disso testemunho, a variedade de opções, práticas e posicionamentos é evidente mesmo quando as queiramos olhar desde um enquadramento determinado.

 

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Exposição Habitar Portugal 12-14, no Círculo Sereia

 

Esta é a quinta edição do Habitar Portugal que cobre assim os quinze anos de produção arquitectónica portuguesa desde 2000. É uma altura oportuna para cruzar as suas sucessivas concretizações e, perante a percepção do momento em que vivemos, reflectir sobre a acumulação de registos que, sobrepondo-se, nos permitem uma imagem de uma passagem alargada de tempo pela arquitectura portuguesa. Esse cruzamento, a que naturalmente se chamou palimpsesto, conduziu ao reconhecimento de um processo contínuo de mudanças profundas. As alterações no ensino da arquitectura e a multiplicação pelo país de novos cursos públicos e privados e, com isso, uma disseminação de processos distintos de formação, são um dado novo neste espaço de tempo. O reconhecimento público de que foi sendo alvo, sobretudo através dos seus autores mais mediáticos, e a importância crescente da participação dos arquitectos no mercado da construção com as discussões sucessivas sobre a sua autonomia disciplinar e o seu estatuto social e legal são temas presentes mesmo que em permanente reenquadramento. A presença cada vez mais natural da internacionalização dos seus agentes contribuiu para uma visibilidade social dos arquitectos e da arquitectura que transbordou os tradicionais meios disciplinares para a sua divulgação e discussão. Ao mesmo tempo discutem-se as condições e as oportunidades de uma prática que, mesmo disseminando-se pelo território, não podem senão reproduzir as assimetrias que encontramos em todas as outras actividades, quer queiramos vê-las como uma oportunidade, quer como uma limitação.

 

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Exposição Habitar Portugal 12-14, no Círculo Sereia

 

Habitar Portugal pretende constituir-se como uma manifestação importante que a Ordem dos Arquitectos assume para a divulgação da arquitectura e a discussão das suas políticas públicas. Para isso importa compreendê-la como um fenómeno que se estende no tempo, desde logo porque essa presença extensa pertence à sua natureza, mas é igualmente vital hoje podermos permitir-nos ter estes espaços alargados de reflexão num momento em que o consumo rápido de imagens e a emergência de novos processos de divulgação e legitimação da arquitectura nos colocam frequentemente perante factos novos que importa considerar e analisar criticamente.

 

A exposição que aqui se apresenta, que o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra decidiu acolher, segue-se à exposição inaugural que teve lugar na Galeria Municipal do Porto,  numa co-produção com a Câmara Municipal, e é a segunda de um conjunto de mostras que percorrerá o país, procurando nas suas diversas manifestações compreender, discutir e reportar o estado e a condição da arquitectura portuguesa que hoje vivemos considerando o acervo que Habitar Portugal já constitui. Para esse efeito, cada exposição é única quer no seu layout, quer na parede/mesa que reúne os elementos de um processo de trabalho e de reflexão do comissariado que se estenderá ao longo da totalidade do processo de itinerância contribuindo com conteúdos originais para cada uma.

No CAPC, e procurando entender o contexto em que cada mostra HP 12-14 se faz, o destaque é dado às obras de Coimbra ou na sua proximidade: Colégio da Graça – Centro de Estudos do 25 de Abril, de José Paulo dos Santos – Traço Banal; Percurso Pedonal Assistido de Montemor-o-Velho, de Miguel Figueira – Divisão de Projecto Urbano – CMMV; Museu Nacional Machado de Castro, de Gonçalo Byrne; Casa do Corvo (nova sala/novo atelier/oficina), Miranda do Corvo, de Carlos Antunes, Desirée Pedro – Atelier do Corvo; e Remodelação de Habitação Unifamiliar, Coimbra, de Jorge Teixeira Dias.

 

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Exposição Habitar Portugal 12-14, no Círculo Sereia

 

O processo de resgate da economia portuguesa pressupôs um reajustamento como consequência deste estado de suspensão e reavaliação do seu estado anterior. Os processos de crise foram sendo historicamente momentos fecundos para a arquitectura e para a sua história, como podemos então ver e perceber este por que passamos agora? Se a arquitectura está sob resgate, como é o seu reajustamento?

Luis Tavares Pereira, Bruno Baldaia e Magda Seifert – Comissários HP 12-14

 

Programação Paralela

19 Maio – 19h – Círculo Sereia

Debate HP : Coimbra – Uma Escola em cima da mesa?

A presença de nove obras de docentes ou de arquitectos que fizeram a sua formação no dARQ, a escola de arquitectura de Coimbra, constitui uma oportunidade para reflectir sobre o seu percurso e a sua identidade. 25 anos depois da sua fundação podemos perguntar, existe uma Escola de Coimbra? O seu percurso, marcado por uma autorreflexão regular, resulta de um encontro inicial de docentes do Porto e de Lisboa, o que num tempo inicial significou um encontro de partes muito diversas da geografia da arquitectura portuguesa, uma escola de geografias variáveis com regras pós-modernas. O resultado hoje é o de uma complementaridade de características distintas, do choque de opostos ou uma outra via entre Coimbra e o mundo? Existe uma identidade comum nestas obras que a possam diferenciar de outras origens? Qual é o lugar da Escola de Coimbra?

Com a presença de
Jorge Figueira (Director dARQ)
João Mendes Ribeiro (arquitecto e professor dARQ)
Pedro Baía (arquitecto, crítico)
Miguel Correia (COMOCO)
e moderação pelos comissários HP 12-14

(actualização das datas)

> 04.06.2016 // Sáb 18h00 // Visita Guiada pelos Comissários

Os comissários, arquitectos Luis Tavares Pereira, Bruno Baldaia e Magda Seifert, fazem uma visita guiada à exposição Habitar Portugal 12-14. Aberta ao público.

> 09.06.2016 // Qui 18h00 //  Visita Guiada por Carolina Coelho

A arquitecta Carolina Coelho faz uma visita guiada à exposição Habitar Portugal 12-14. Aberta ao público.

> 16.06.2016 // Qui 18h00 //  Visita Guiada por António Lousa

O arquitecto António Lousa faz uma visita guiada à exposição Habitar Portugal 12-14. Aberta ao público.

> 25.06.2016 // Sáb 17h00 // Apresentação e conversa com os autores // Obras Norte I

Para esta ciclo de apresentação foram convidados os arquitectos com obras selecionadas, nesta edição, na Área Norte.

O destaque é dado às obras de Coimbra ou na sua proximidade: Colégio da Graça – Centro de Estudos do 25 de Abril, Coimbra; Percurso Pedonal Assistido de Montemor-o-Velho; Museu Nacional Machado de Castro; Casa do Corvo (nova sala/novo atelier/oficina), Miranda do Corvo e Remodelação de Habitação Unifamiliar, Coimbra. Compreender as obras, nas suas histórias, ideias, obstáculos e maneiras de os ultrapassar, através de quem as conhece melhor: os seus autores. As apresentações serão seguidas de uma conversa moderada por um dos comissários.

Apresentações:
Casa Corvo > Carlos Antunes e Desirée Pedro – Atelier do Corvo
Museu Nacional Machado de Castro > Gonçalo Byrne – GB arquitectos
Remodelação de moradia unifamiliar > Jorge Teixeira Dias
Colégio da Graça, Centro de Estudos 25 de Abril > José Paulo dos Santos – Traço Banal

 

Habitar Portugal 12-14

 

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