Jogo do Sério #2




Obra de arte procura obra de arte para Jogo do Sérioopen call de ocupação do Museu


Como aprendemos na infância, no jogo do sério não podemos sorrir, pestanejar ou sequer desviar o olhar. Tudo isto é motivo para a penalização fatal: a derrota. Quando dois corpos se encaram no Jogo do Sério, é por demais evidente a tensão que se cria entre ambos. Não há lugar para cedências.

Neste projeto curatorial, propôs-se à comunidade artística, e não só, a sugestão de um ou mais objetos que pudessem ser parceiros de jogo da obra exposta.

Para este segundo momento, de 6 de maio a 4 de setembro, procurou-se um parceiro para a obra Ghost (2009 – 2012), de João Onofre.

Depois da deliberação do júri, o segundo Jogo do Sério conta com uma obra do artista Felippe Moraes, em resposta à já anunciada obra de João Onofre. A relação entre Ghost e A Distância do Horizonte pareceu, ao júri, a mais apropriada tendo em conta o pressuposto curatorial, não obstante a qualidade das diversas propostas enviadas.


Joguemos ao Jogo do Sério. Um corpo em frente a outro. Devem olhar-se fixamente. Quem rir, desviar o olhar ou pestanejar perde. Estar imóvel, mas, no entanto, não estar parado: continua a jogar-se à medida da letargia. Contribui-se para uma simetria de intenções, quebrada pela assimetria à superfície.

Daniel Madeira


João Onofre nasceu em Lisboa, 1976, onde vive e trabalha. Estudou na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, tendo concluído o Master of Fine Arts no Goldsmiths, University of London no Reino Unido em 1999 e o Doutoramento em Arte Contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra em 2018. Em 2022 foi o primeiro recipiente do Prémio Universidade de Lisboa /CGD na área de Artes.

As suas exposições recentes incluem: João Onofre, Daniel Faria Gallery, Toronto (2021); Once in a Lifetime [Repeat], Culturgest, Lisboa (2019); Untitled (orchestral), MAAT, Lisboa (2017). Entre as suas exposições individuais destacam-se: I-20, Nova Iorque (2001-2006); P.S.1. / MoMA Contemporary Art Center, Nova Iorque (2002); Nothing Will Go Wrong, MNAC, Lisboa, e CGAC, Santiago de Compostela (2003); Project Space Kunsthalle Wien- Karlsplatz. Viena (2003). João Onofre, Magazin 4, Bregenz, (2004); Galeria Toni Tàpies, Barcelona (2002-2005- 2007); Cristina Guerra Contemporary Art, Lisboa (2004-2007-2012); Fundació Joan Miró, Barcelona e Palais de Tokyo, Paris ambas em 2011; Marlborough Contemporary, Londres (2014); Kunstpavillion, Munique, Alemanha (2015); Appleton Square, Lisboa (2016).

Integrou inúmeras exposições colectivas internacionais entre as quais, se distinguem de forma notável: The 49th Venice Biennale, Human Interest at Philadelphia Museum of Art, Philadelphia; Youth of Today, Schirn Kunsthalle, Frankfurt; Performing Bodies, Tate Modern, Londres; Video, An Art, A History 1965-2005 New Media collection, Centre Pompidou, Paris; Sydney- Contemporary Art Museum; Fundació La Caixa, Barcelona; Taipei Fine Art Museum, Taiwan; Postscript: Writing After Conceptual Art, Denver Museum of Contemporary Art, Denver; Punk. Its Traces in Contemporary Art, CA2M, Madrid; Atrium, Vitoria-Gasteiz; MACBA, Barcelona.

O seu trabalho está incluído em diversas colecções públicas e privadas internacionais, entre as quais: Museum of Contemporary Art, Chicago; Albright-Knox Art Gallery, Buffalo, Nova Iorque; Centre Georges Pompidou – MNAM/CCI, Paris; The Weltkunst Foundation, Zurique; La Caixa, Barcelona; MACS – Museu de Serralves, Porto; – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; GAM – Galeria D’Arte Moderna e Contenporanea, Turim; Norton Museum of Art, Palm Beach, Florida; Mildred Lane Kemper Art Museum, St. Louis, Missouri; Fondazione Sandretto Re Rebaudengo, Turim; Centre National des Arts Plastiques- Ministère Culture, Paris.

www.joaoonofre.com



Felippe Moraes (Rio de Janeiro, 1988) é artista, investigador e curador independente desde 2009. Vive e trabalha entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Atualmente, é doutorando pela Universidade de Coimbra (Portugal), mestre pela University of Northampton (Reino Unido) e membro do Conselho Deliberativo do Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói. A sua pesquisa está centrada na epistemologia da razão e as suas relações com a espiritualidade, a mitologia e a ancestralidade enquanto possibilidades de reencantamento do mundo. 

O seus principais projetos individuais são Samba Exaltação (2021), série de néons com citações de canções brasileiras, que ocorreu como intervenção urbana no Vale do Anhangabaú em São Paulo, depois como mostra individual no MAC de Niterói e projeto especial no Museu de Arte do Rio.Em 2021, realizou Samba da Luzna Biblioteca Mário de Andrade e na Estação da Luz. Em 2019, apresentou Solfejono Centro Cultural Fiesp e LUZIA no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra em Portugal. 

Anteriormente, realizou as mostras individuais Imensurável (2018) na Caixa Cultural Fortaleza; Proporción(2018) no Espacio de Arte Contemporáneo em Montevidéu; Cosmografia (2017) e Ordem (2014), ambas na Baró Galeria em São Paulo; e Progressão (2016) no MAC de Niterói. É autor das obras públicas Monumento ao Horizonte (2016), em Niterói, e Monumento a Euclides(2017), na Roménia. O seu trabalho está em coleções como a do Museu de Arte do Rio, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, Museu de Arte Contemporânea de Niterói e Centro Cultural de São Paulo.