Cabo Raso
Cabo Raso
É aos nomes que primeiro presto atenção e cogito desde sempre na hipótese de todas as linhas de um desenho irem dar a um ponto com um nome. Desta vez pode ser CABO RASO. CABO RASO, o grande escoadouro universal momentâneo escrito em maiúsculas. Portanto, todas as linhas destes desenhos se encaminham mais ou menos ordeiramente para CABO RASO; não o sítio, mas o nome. Só existe CABO RASO, não há nada para além de CABO RASO; chegar a CABO RASO é o objectivo e a estação terminal.
Nunca estive em CABO RASO, nem isso de facto interessa, mas conheço bem o nome e sei que no sítio há um farol. Por isso, aponto a CABO RASO.
José Loureiro
José Loureiro nasceu em Mangualde em 1961. Vive e trabalha em Lisboa. Elege, como momentos marcantes da sua formaçao artística, duas leituras: o poema “Deslumbramentos” de “O Livro de Cesário Verde”, Cesário Verde; e o capítulo de “Guerra e Paz”, Lev Tolstoi, onde é narrada a batalha de Borinodó. Actualmente, toda a sua vida gira em torno de três palavras: priolo, filamento e aro.
O Círculo de Artes Plásticas, na finissage da exposição CABO RASO no dia 30 de Abril pelas 14h30 no Círculo Sereia apresenta o Catálogo da Exposição numa conversa com a presença do artista José Loureiro, do artista Nuno Sousa Vieira e do director do CAPC Carlos Antunes.