​D​epois do MAAT e Serralves, a edição especial de uma publicação sueca que toma a obra de Ernesto de Sousa como eixo para refletir sobre a arte portuguesa de 1960 a 1980 tinha necessariamente de passar pelo Círculo de Artes Plásticas em Coimbra.

OEI80-81

O Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) acolhe o lançamento da edição de 2018 da revista OEI # 80–81 no próximo dia 4 de julho, quarta-feira, pelas 18 horas. A iniciativa, que conta com a presença de Hugo Canoilas, Cecilia Grönberg, Jonas (J) Magnusson e Rui Torres, decorrerá no Auditório do Círculo Sereia. A entrada é livre.

Ao longo de 640 páginas, o mais recente número da revista OEI, um projeto artístico e literário sediado em Estocolmo, toma a obra de Ernesto de Sousa (1921–1998) como eixo para uma antologia sobre a arte portuguesa de 1960 a 1980. Esta publicação, que tem como editores Jonas (J) Magnusson e  Cecilia Grönberg, e como editores associados, Hugo Canoilas e Tobi Maier. reúne as contribuições de vários artistas e autores, incluindo uma série de novos ensaios, traduções e material de arquivo.

Recorde-se que a ligação de Ernesto de Sousa ao CAPC é múltipla, desde a proposta a partir de uma ideia de Robert Filliou da comemoração do Aniversário da Arte, passando pela criação de instalações como Olympia (1979) e Pre Texto(1981 e 1982), à inclusão recente do seu trabalho na bienal Anozero.

A revista que, conforme indica o título, The zero alternative: Ernesto de Sousa and some other aesthetic operators in Portuguese art and poetry from the 1960s onwards, tem como ponto de partida a obra do cineasta, fotógrafo, curador, crítico, escritor, investigador de arte, aborda ainda as práticas de outros operadores estéticos(designação que preferia à de artistas) seus contemporâneos na arte e poesia.

Assim, para lá de Ernesto de Sousa, também Alberto Carneiro, Álvaro Lapa, Ana Hatherly, Ana Vieira, António Barros, E.M. de Melo e Castro, Fernando Calhau, Lourdes Castro e Túlia Saldanha são referidos numa coleção com vários nomes que se cruzam na história do próprio CAPC.

Acolher esta iniciativa no momento em que comemora 60 anos, serve assim para reforçar a reflexão da importância do seu papel, enquanto mais antiga instituição nacional dedicada à promoção da arte contemporânea que, com seis décadas de trabalho na área da criação e da programação, procura sempre sensibilizar e interessar os mais diversos públicos para a arte e cultura do nosso tempo.