CONVERSAS | Álvaro Laborinho Lúcio
Os que transportam a chama e os que entregam as cartas.
O projeto educativo quer estender a sua ação à relação entre os artistas e os professores, entre a arte e a educação.
Aqui roubamos aos artistas, aos pensadores, à vida. Roubamos o que nos alimenta, o que nos anima, o que nos fortalece! Clarice Lispector diz que “roubar torna tudo mais valioso”.
Roubamos ao Rui Chafes a ideia de que os artistas transportam a chama que vem de há muito e que nascemos a partir do momento em que as coisas que amamos existem. Roubamos ao George Steiner a ideia de que os professores são como os carteiros que entregam as cartas dos grandes criadores. O ato de escolher as cartas a entregar, a quem e quando, não é neutro, pressupõe uma dimensão ideológica, uma visão do mundo, uma atitude política. A receção das cartas também não é passiva. Aqui deseja-se que as cartas entregues possam ajudar a procurar outras e que sirvam de instrumento para que cada um pense por si, descubra e escreva outras cartas.
Queremos ouvir artistas e professores. Artistas e professores que podem ser ambas as coisas ou só artistas ou só professores. E às vezes alguns que não sendo nem uma coisa nem outra podem partilhar a sua experiência e reflexão sobre a arte e a educação.
Porque os professores, que já foram alunos, não existem sem os alunos de agora, desejamos que também estes alunos estejam presentes e os possamos ouvir.
Álvaro Laborinho Lúcio não é artista nem professor mas tem a capacidade extraordinária, difícil e rara, dos grandes artistas e dos grandes professores que é a capacidade de transformar a vida daqueles que um dia têm o privilégio de se cruzar consigo.
Vem conversar connosco sobre educação e cidadania e a arte é também convocada para a reflexão.
18 de Março às 18h, no Círculo Sereia.
Maiores de 15 anos, entrada gratutita.
Álvaro Laborinho Lúcio, mestre em Ciências Jurídico-Civilísticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e magistrado de carreira, é juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça. De Janeiro de 1990 a Abril de 1996 exerceu, sucessivamente, as funções de secretário de Estado da Administração Judiciária, ministro da Justiça e deputado à Assembleia da República. Entre Março de 2003 e Março de 2006, ocupou o cargo de ministro da República para a Região Autónoma dos Açores. Com intensa actividade cívica, é membro dirigente de várias associações, entre as quais se destacam a APAV e a CRESCER-SER, das quais é sócio fundador. Com artigos publicados e inúmeras palestras proferidas sobre temas ligados, entre outros, à justiça, ao direito, à educação, aos direitos humanos e à cidadania em geral, é autor de livros como A Justiça e os Justos, Palácio da Justiça, Educação, Arte e Cidadania, O Julgamento – Uma Narrativa Crítica da Justiça – e, em co-autoria, Levante-se o Véu.
Exerce, actualmente, as funções de presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho.
Programa Trimestral | Jan. Fer. Mar
Janeiro é o mês do aniversário da arte e o CAPC vai comemorar!
O projeto educativo do CAPC começa agora a definir-se e no trimestre de Janeiro a Março lançamos, ainda à boleia da bienal, alguns dados.
Em Janeiro viajamos até à primeira celebração do aniversário da arte no CAPC, em 1974, promovida por Ernesto De Sousa, a partir de uma proposta do seu amigo Robert Filliou, com a colaboração de muitos artistas.
O projeto educativo quer estender a celebração da arte aos artistas e aos professores. Aqui roubamos aos artistas, aos pensadores… roubamos o que nos alimenta, o que nos anima, que nos dá alma, o que nos fortalece! Clarice Lispector diz que “roubar torna tudo mais valioso”. Roubamos ao Rui Chafes a ideia de que os artistas transportam a chama que vem de há muito e que nascemos a partir do momento em que as coisas que amamos existem. Roubamos ao George Steiner a ideia de que os professores são como os carteiros que entregam as cartas dos grandes criadores. O ato de escolher as cartas a entregar, a quem e quando, não é neutro, pressupõe uma dimensão ideológica e uma atitude política. A receção das cartas também não é passiva. Aqui deseja-se que as cartas entregues possam ajudar a procurar outras e que sirvam de instrumento para que cada um pense por si, descubra e escreva outras cartas.
Roubamos à Hannah Arendt quando nos diz que “(…) cada nova geração, na verdade, cada novo ser humano, na medida em que se insere entre um passado infinito e um infinito futuro, deve descobrir e pavimentar de novo, com grande esforço, esse mesmo caminho.” Queremos fazer por e, sobretudo, fazer o que fazemos com. Assim celebramos, celebramos com alegria mas sem distrações, de modo a que a alegria nos fortaleça para que possamos enfrentar tantas adversidades deste nosso mundo e agir!