CONVERSAS | Armando Azevedo
Os que transportam a chama e os que entregam as cartas.
O projeto educativo quer estender a sua ação à relação entre os artistas e os professores, entre a arte e a educação.
Queremos ouvir artistas e professores. Artistas e professores que podem ser ambas as coisas ou só artistas ou só professores. E às vezes alguns que não sendo nem uma coisa nem outra podem partilhar a sua experiência e reflexão sobre a arte e a educação.
Nesta conversa acompanha-nos Armando Azevedo, que ingressou no CAPC em 1970.
Porque o projeto educativo do CAPC se constrói muito especialmente em diálogo com os seus cúmplices ativos, o convite ao artista e professor Armando Azevedo resulta, não só mas muito particularmente, de um comentário de um professor cúmplice – Antonino Neves – que afirmou que foi com um extraordinário professor de Estética que aprendeu a pintar. Esse professor extraordinário é Armando Azevedo.
19 de Fevereiro às 18h, no Círculo Sereia.
Maiores de 15 anos, entrada gratuita.
Programa Trimestral | Jan. Fer. Mar
Janeiro é o mês do aniversário da arte e o CAPC vai comemorar!
O projeto educativo do CAPC começa agora a definir-se e no trimestre de Janeiro a Março lançamos, ainda à boleia da bienal, alguns dados.
Em Janeiro viajamos até à primeira celebração do aniversário da arte no CAPC, em 1974, promovida por Ernesto De Sousa, a partir de uma proposta do seu amigo Robert Filliou, com a colaboração de muitos artistas.
O projeto educativo quer estender a celebração da arte aos artistas e aos professores. Aqui roubamos aos artistas, aos pensadores… roubamos o que nos alimenta, o que nos anima, que nos dá alma, o que nos fortalece! Clarice Lispector diz que “roubar torna tudo mais valioso”. Roubamos ao Rui Chafes a ideia de que os artistas transportam a chama que vem de há muito e que nascemos a partir do momento em que as coisas que amamos existem. Roubamos ao George Steiner a ideia de que os professores são como os carteiros que entregam as cartas dos grandes criadores. O ato de escolher as cartas a entregar, a quem e quando, não é neutro, pressupõe uma dimensão ideológica e uma atitude política. A receção das cartas também não é passiva. Aqui deseja-se que as cartas entregues possam ajudar a procurar outras e que sirvam de instrumento para que cada um pense por si, descubra e escreva outras cartas.
Roubamos à Hannah Arendt quando nos diz que “(…) cada nova geração, na verdade, cada novo ser humano, na medida em que se insere entre um passado infinito e um infinito futuro, deve descobrir e pavimentar de novo, com grande esforço, esse mesmo caminho.” Queremos fazer por e, sobretudo, fazer o que fazemos com. Assim celebramos, celebramos com alegria mas sem distrações, de modo a que a alegria nos fortaleça para que possamos enfrentar tantas adversidades deste nosso mundo e agir!