Jogo do Sério #6 — open call de ocupação do MUSEU


Quando dois corpos se encaram no Jogo do Sério, é por demais evidente a tensão que se cria entre ambos. Não há lugar para cedências.

Neste projeto curatorial, propõe-se à comunidade a sugestão de um ou mais objetos que possam ser parceiros de jogo da obra exposta.

Para este sexto momento, de 15 de fevereiro a 25 de maio, procura-se um parceiro para a obra não esquecer de esquecer, de Maria Trabulo.

não esquecer de esquecer, 2016
Gravação sobre mármore
45 × 35 × 1 cm


Maria Trabulo é uma artista visual e investigadora do Porto (Portugal). A sua prática multidisciplinar abrange arte visual, história, ciência e tecnologia, utilizando instalações para combinar escultura, pintura, vídeo, desenho, som e fotografia. Trabulo explora temas como a memória, a história, o património cultural e a política, particularmente a forma como as ações políticas afetam a preservação ou destruição do património cultural e de eventos históricos, e como o papel da arte e dos artistas nestas dinâmicas.

É mestre em Arte e Ciência pela Universidade de Artes Aplicadas de Viena, tendo-se anteriormente formado em Belas Artes pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e pela Academia de Belas Artes da Islândia. Atualmente, é doutoranda na Escola das Artes – Universidade Católica no Porto. Desde 2013, Trabulo tem exposto amplamente e participado em residências artísticas internacionais. O seu trabalho tem sido apresentado em publicações, seminários e palestras, tendo sido reconhecido através de importantes prémios e bolsas, tais como o Prémio Norberto Fernandes Jovens Artistas 2024, da Fundação Altice, a seleção para o Prémio Jovens Artistas Fundação EDP 2022 e a atribuição do Prémio Novo Banco 2018 pelo Museu de Serralves.

Entre os seus projetos mais destacados, encontram-se colaborações com instituições como: EIB Institute Luxembourg, Frieze Londres, Museu MAAT, Galerie nouveaux deuxdeux, Museu Bode Berlim, Galeria Municipal do Porto, Kunsthalle Wien, Neue Galerie Innsbruck, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Teatro Municipal do Porto, Towards Gallery Toronto, Walk&Talk Festival, Centro de Artes de Águeda, Museu Nacional de Arte Antiga.


Propostas até 7 de fevereiro de 2025 através do e-mail
danielmadeira@anozero-bienaldecoimbra.pt
Escultura, pintura, desenho, instalação, texto



Regulamento da Open Call do projeto curatorial Jogo do Sério

O Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, no uso de suas atribuições, apresenta à comunidade, o Open Call de ocupação do Museu, projeto do artista Francisco Tropa, sito na Praça Cortes de Coimbra, junto à ponte de Stª Clara, como forma de incentivo à produção cultural de arte contemporânea. Ao longo do ano de 2025 serão realizadas exposições com a participação de artistas selecionados através de  3 (três) chamadas públicas.

1. OBJETIVO

O presente Edital visa selecionar 1 (uma) proposta que esteja em consonância com recorte curatorial da exposição «JOGO DO SÉRIO», a ser exibida do dia 15 de fevereiro a 25 de maio de 2025.

Qualquer objeto deve ter a dimensão máxima de 100 × 100 cm (tratam-se das medidas do acesso ao espaço. A proposta pode ser de maiores dimensões, desde que fragmentável de forma a ser possível a sua colocação).


2. DO PRAZO, DA FORMA E DAS CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

2.1 As inscrições deverão ser feitas pelo endereço eletrónico: danielmadeira@anozero-bienaldecoimbra.pt.

2.2 Prazo de inscrição do dia 23/01 ao dia 07/02.

2.3. Para participar da seleção dos projetos, o proponente deverá ter no mínimo 18 anos.


3. DA APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA

3.1 Documentos a serem encaminhados

  • Imagem da proposta
  • Conceito

3.2. O Círculo de Artes Plásticas de Coimbra disponibilizará o espaço físico, transporte, seguro, os equipamentos para montagem, montagem, desmontagem, divulgação e promoção da exposição.

3.3 O participante que tiver sua obra selecionada receberá um valor de  €100,00 + iva, se for o caso, mediante a apresentação de fatura.


4. DA CLASSIFICAÇÃO

4.1. As propostas serão selecionadas pela curadoria do CAPC.

4.2. As propostas selecionadas serão divulgadas ao público a partir do dia 10 de fevereiro de 2025 pelos meios de comunicação do CAPC.

4.3. Os contratos de execução de projetos que forem aprovados serão realizados a partir de fevereiro de 2025,  conforme agendamento.


5. DO ESPAÇO EXPOSITIVO (MUSEU)

Museu é uma obra concebida e projetada por Francisco Tropa em 2001 construída com apoio mecenático integral da Construtora San Jose para a 1.ª edição de Anozero – Bienal de Coimbra, uma organização do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra e Universidade de Coimbra, no ano de 2015. A escultura /equipamento MUSEU, é por si só uma obra de arte e tem um programa de funcionamento determinado pelo artista:

MUSEU, 2001–15

Museu é uma experiência artística destinada a pôr à prova as nossas ideias preconcebidas sobre o que é um museu, como funciona, quais são os seus objetivos. Fá-lo através da redução da escala de um museu, em termos de arquitetura e de colaboradores, até conseguir que possa ser compreendido num só olhar; expondo o seu funcionamento ao público; e, por último, apelando à participação direta do público nas suas atividades.

Museu é uma pequena construção retangular, não muito maior do que um abrigo de jardim ou um gazebo. Tem duas entradas, colocadas frente a frente, que dão para um corredor com paredes de vidro, terminando em duas salas, uma à direita e outra à esquerda. Sem quaisquer portas ou janelas, a única abertura é uma clarabóia.

Com frequência variável, o edifício expõe dois objetos propostos pelos residentes da cidade onde foi construído, um em cada sala. Publicita-se um anúncio no jornal local a convidar os habitantes para sugerirem um objecto para ser exposto, e explicarem as razões para as suas escolhas num pequeno texto. Os objetos propostos podem ser de qualquer tipo: não têm de ser obras de arte contemporânea, nem sequer precisam de ser obras de arte. A única limitação prende-se com questões práticas: tem de ser possível que os objetos caibam nas duas salas através da clarabóia.