Mapping the Process
Faz um Mapa do teu Processo de Trabalho, Porto 2010
Em cada ano que a Alliance Graphique Internationale faz o seu Congresso, tornou-se hábito para o país de acolhimento criar um projecto de design em que todos os membros possam participar. O objectivo do projecto é que os membros da AGI façam o que sabem fazer melhor: coisas. O que, em cada congresso, se torna extraordinário, é o resultado gráfico final com que todas as fantásticas mentes criativas da AGI, quando lhes é fornecido um enunciado e pedido para responder do modo mais instintivo, sem um cliente, conseguem sempre deliciar a todos e a si próprios pelo puro prazer de o fazer.
Os projectos anteriores têm sido, habitualmente, sobre a localização do congresso. O exercício deste ano afasta-se do passado. Lizá Ramalho e Artur Rebelo dos R2, no Porto, desafiaram os membros da AGI a tornarem-se mais introspectivos e pessoais. De facto, pediram o impossível. Pediram aos membros para criarem um mapa do seu processo de trabalho.
Não há uma fórmula para um processo de trabalho, há apenas ficção. Até as mentes mais organizadas e pragmáticas têm de reconhecer o mistério e a intuição envolvidos na descoberta de ideias. Qualquer um que delineie uma fórmula irá descobrir que há sempre desvios. O desvio, a surpresa, a consciência inesperada do pensamento é o que produz o bom trabalho.
É isto que é inerentemente misterioso no processo criativo, o mistério consciente do seu ser. Clientes, estudantes, historiadores e outros investigadores do design perguntam sempre aos designers como é que eles constroem as suas ideias. Não há uma resposta correcta.
Esta exposição é uma colecção de respostas incorrectas. Contudo, há uma verdade que atravessa todos estes “mapas. Há uma verdade nas piadas, verdade na ordem dos acontecimentos, verdade na ênfase, verdade na eliminação e verdade na escala.
Mas cabe ao observador determinar aquilo que é real e aquilo que não o é. Todos os mapas mentem por omissão. Todos os mapas distorcem a informação e todos os mapas são também qualquer coisa precisa. Compete ao observador considerar o que é relevante e descartar o resto.
Paula Scher
Presidente, AGI – Alliance Graphique Internationale