Jogo do Sério #5 — open call de ocupação do MUSEU


Como aprendemos na infância, no jogo do sério não podemos sorrir, pestanejar ou sequer desviar o olhar. Tudo isto é motivo para a penalização fatal: a derrota. Quando dois corpos se encaram no Jogo do Sério, é por demais evidente a tensão que se cria entre ambos. Não há lugar para cedências.

Neste projeto curatorial, propõe-se à comunidade a sugestão de um ou mais objetos que possam ser parceiros de jogo da obra exposta.

Para este quinto momento, de 26 de outubro a 1 de fevereiro, procura-se um parceiro para a obra Container #8, de Pedro Pires.

CONTAINER #8, 2018
Botas em borracha e caixas de plástico
181 × 60 × 50 cm


Pedro Pires usa diferentes suportes, técnicas e objetos do dia a dia que são fortemente utilitários e produzidos industrialmente. Desenvolve estratégias de comunicação, sendo a figura humana um elemento constante na sua obra. Trabalha maioritariamente em escultura e desenho e na interseção destes suportes, existindo uma procura de estratégias de ambivalência, com abordagens figurativas e conceptuais.

A sua pesquisa flutua entre três assuntos principais: um sentimento de identidade deslocada; migração; e direitos humanos. As assimetrias sociais, políticas e económicas da sua posição nos territórios de Angola e Portugal direcionam as suas reflexões e questionam o sentimento de identidade e pertença. O presente é questionado para refletir no futuro.

Das exposições e projetos em que participou destacam-se: Sculpture in the City, Londres (Reino Unido); Fondation Montresso, Marraquexe (Marrocos); Bienal de Cartasia, Lucca (Itália); Fondation Blachere, Apt (França); Bienal Biso, Burkina Faso; Museu de História Natural de Angola, Luanda (Angola); Museu de Belas Artes de Montreal, Montreal (Canadá); Lagos Biennial, Lagos (Nigéria); Cape Town Art Fair, Cidade do Cabo, e Joburg Art Fair, Joanesburgo (África do Sul); Expo Chicago, Chicago (EUA); Festival Política, Lisboa, Braga e Évora (Portugal); Delfina Foundation, Londres (Reino Unido); Hangar, Lisboa (Portugal).


Propostas até 11 de outubro de 2024 através do e-mail
danielmadeira@anozero-bienaldecoimbra.pt
Escultura, pintura, desenho, instalação, vídeo, som, texto



Regulamento da Open Call do projeto curatorial Jogo do Sério

O Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, no uso de suas atribuições, apresenta à comunidade, o Open Call de ocupação do Museu, projeto do artista Francisco Tropa, sito na Praça Cortes de Coimbra,
junto à ponte de Stª Clara, como forma de incentivo à produção cultural de arte contemporânea. Ao longo do ano de 2024 serão realizadas exposições com a participação de artistas selecionados através de  2 (duas) chamadas públicas.

1. OBJETIVO

O presente Edital visa selecionar 1 (uma) proposta que esteja em consonância com recorte curatorial da exposição “JOGO DO SÉRIO”, a ser exibida do dia 26 de outubro de 2024 a 1 de fevereiro de 2025.

Qualquer objeto deve ter a dimensão máxima de 54 x 54 cm (tratam-se das medidas do acesso ao espaço. A proposta pode ser de maiores dimensões, desde que fragmentável de forma a ser possível a sua colocação).


2. DO PRAZO, DA FORMA E DAS CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

2.1 As inscrições deverão ser feitas pelo endereço eletrónico: danielmadeira@anozero-bienaldecoimbra.pt

2.2 Prazo de inscrição do dia 23/09 ao dia 11/10 

2.3. Para participar da seleção dos projetos, o proponente deverá ter no mínimo 18 anos.


3. DA APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA

3.1 Documentos a serem encaminhados

  • Imagem da proposta
  • Conceito

3.2. O Círculo de Artes Plásticas de Coimbra disponibilizará o espaço físico, transporte, seguro, os equipamentos para montagem, montagem, desmontagem, divulgação e promoção da exposição.

3.3 O participante que tiver sua obra selecionada receberá um valor de  €100,00 + iva, se for o caso, mediante a apresentação de fatura.


4. DA CLASSIFICAÇÃO

4.1. As propostas serão selecionadas pela curadoria do CAPC.

4.2 As propostas selecionadas serão divulgadas ao público no dia 16 de outubro de 2024 pelos meios de comunicação do CAPC.

4.3. Os contratos de execução de projetos que forem aprovados serão realizados a partir de outubro de 2024,  conforme agendamento.


5. DO ESPAÇO EXPOSITIVO (MUSEU)

Museu é uma obra concebida e projetada por Francisco Tropa em 2001 construída com apoio mecenático integral da Construtora San Jose para a 1.ª edição de Anozero – Bienal de Coimbra, uma organização do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra e Universidade de Coimbra, no ano de 2015. A escultura /equipamento MUSEU, é por si só uma obra de arte e tem um programa de funcionamento determinado pelo artista:

MUSEU, 2001-15

Museu é uma experiência artística destinada a pôr à prova as nossas ideias preconcebidas sobre o que é um museu, como funciona, quais são os seus objetivos. Fá-lo através da redução da escala de um museu, em termos de arquitetura e de colaboradores, até conseguir que possa ser compreendido num só olhar; expondo o seu funcionamento ao público; e, por último, apelando à participação direta do público nas suas atividades.

Museu é uma pequena construção retangular, não muito maior do que um abrigo de jardim ou um gazebo. Tem duas entradas, colocadas frente a frente, que dão para um corredor com paredes de vidro, terminando em duas salas, uma à direita e outra à esquerda. Sem quaisquer portas ou janelas, a única abertura é uma clarabóia.

Com frequência variável, o edifício expõe dois objetos propostos pelos residentes da cidade onde foi construído, um em cada sala. Publicita-se um anúncio no jornal local a convidar os habitantes para sugerirem um objecto para ser exposto, e explicarem as razões para as suas escolhas num pequeno texto. Os objetos propostos podem ser de qualquer tipo: não têm de ser obras de arte contemporânea, nem sequer precisam de ser obras de arte. A única limitação prende-se com questões práticas: tem de ser possível que os objetos caibam nas duas salas através da clarabóia.