Não me enrices a meada


Vanda Madureira

Ontem à noite, na minha rua toda a gente dormia, só eu desenhava
Doba, doba minha dobadoira doba, não me enrices a meada
Não me enrices o novelo, não me enrices o cabelo
Fio, risco, pelo… perdi a linha do pensamento
No momento em que a realidade bate, trago os sapatos desapertados, desatados
Quebra o lápis do tempo
Desenho ao vento
Dobra a linha


Nota biográfica 
VANDA MADUREIRA

Vanda Madureira é artista plástica, visual e performativa. Vive e trabalha em Coimbra. 
Em 2002, licenciou-se em Artes Plásticas na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR). Entre 2007 e 2009, frequentou o Mestrado em Arte Contemporânea da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. Frequenta, desde 2013, o Doutoramento em Arte Contemporânea do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, encontrando-se em fase de redação da tese, que versa sobre as ligações potenciais entre desenho, corpo e performance, intitulando-se provisoriamente O Desenho como Potência.
Foi, é e será membro-ativa de vários coletivos artísticos. Destaca-se: Pizz Buin.
Desde 2005, explora a dimensão mais relacional do desenho num projeto intitulado Desenho de Depois do Buraco. Nesse aprofundamento, o desenho é a alavanca-gatilho para o envolvimento e cruzamento com outros campos disciplinares, estimulando ações e intervenções artístico-performativas que, por vezes, são bem acompanhadas por outros/as artistas cúmplices em regime de colaboração e coautoria. 
Fez algumas incursões na música com os coletivos Cospe na Cobra e Motor ou como uma das Pombinhas de Tony Chaleira.
Desde que nasceu, participou em diversas exposições. Entre tantas outras, saliente-se: Demersus,«A Metade do Céu»Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, (Lisboa, 2019); Homo Retrato e Operários ao Desenho, «Desenho Multiplicado»Viarco, (São João da Madeira, 2019);Tractus Adumbratio, «Exposição 289», projeto de Pedro Cabrita Reis (Faro, 2018); Variações Várias, Salão Brazil (Coimbra, 2018);  Adumbratio Ceramicus Actio #1, «Noites de Lua Azul»(Caldas da Rainha, 2017); Vulvocalamus Bambusoides,  «Jardim Atlântico», Colégio das Artes (Coimbra, 2017); Desenho Vivo, Aniversário da ArteCAPC (Coimbra, 2017); Monada, «Detalhes», Casa Museu Abel Salazar (São Mamede de Infesta, 2016); Rsst, Rsst, Rsst!, Electricidade Estética (Caldas da Rainha, 2015);  Rádio Bandolin, Bienal de Cerveira (Vila Nova de Cerveir, 2009); Metapelho, Espaço Avenida (Lisboa, 2008); Casa, Exposição Prémio EDP novos artistas, CACE Cultural (Porto, 2007).



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Ação sonora e visual
Break my nose
Vanda Madureira e Zé Djalo

Círculo Sede
10/07/2021
17h00

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Oficina de conservação/restauro e criação artística
Breaking Nose
Ana Barradas e Vanda Madureira

Círculo Sede
09/10/2021
10h00 às 13h00
14h30 às 16h30 

A oficina incide sobre a fisicalidade da representação, utilizando as técnicas de conservação e restauro como ferramentas para a continuidade da criação artística, com especial foco na materialidade (da «folha de papel» e do «nariz cerâmico»). Partindo da obra Break my Nose, surge o projeto/oficina Breaking Nose, onde Vanda Madureira e Ana Barradas se juntam para uma intervenção de conservação e restauro da obra supostamente acabada. Este projeto implica os espectadores/intervenientes, a conservadora-restauradora e a própria artista na continuidade da coisa artística.

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Performance
Cotonígero
Ato de cotonar. Transforma-se o cotonador na cousa cotonada.
Vanda Madureira

Círculo Sede
16/10/2021
17h30
duração: 15 min.